Busca Insana



Sou como um náufrago em busca de qualquer coisa que me possa manter viva, que me faça sentir que ainda há chance de me manter viva. Essa necessidade visceral de verbalizar o contido, o restrito, o escondido, o que aparentemente não tem forma, não tem cor, nem cheiro; aquilo tudo guardado, tão bem guardado para que não se tenha jeito de saber da sua existência. Aquilo tudo não me cabe, me excede, me transborda, escorre metros fora de mim. Sou uma viajante em meio a ruas cálidas, às voltas com silêncios fundos e ruídos loucos. Sei bem pouco, sei quase nada dentro desta confusão absurda que não paralisa,  e que se espalha por vãos desavisados, horas impróprias, por canais informais, anormais, quase insanos. Sou pequena, sou poeta, tão incerta e inquieta, verbalizando. Ainda me buscando por ruas cálidas em meio a silêncios fundos e ruídos loucos.

Elzinha Coelho 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu

O CAOS DE MIM

FENIX