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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Solicitude

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A solidão com a qual me visto, tão leve, plena, me faz serena. Acalma a alma e qual chuva branda, me refrigera a mente. E tudo o que se sente expande em cores, solta as correntes, afrouxa as dores. A solidão tão solícita e presente, me deixa ausente das pressas e das promessas, e feito amigo inocente, que me ama simplesmente, me acompanha nestas horas, tão raras, tão efêmeras, na busca da essência enfim... do brilho com que me pintam, da luz que habita em mim. Elzinha Coelho

SUBENTENDIDO

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Sigo pelas asas do poema Que me embala, docemente Por tantos cantos, belos becos, lindos temas Pelas trilhas maltrapilhas ou reluzentes Versando as horas, o tempo, os dilemas De quem sem culpa, se atreve discernir  Oque de dentro te transborda pelos poros E inutilmente, se tenta impedir Qual tal demônio é este poeta Que com seu ferro certeiro sempre afeta Trazendo à lembrança, oque se esconde A tal  ferida, mal curada ainda aberta O que seria do que é se não fosse o que se fez? Em qual momento da partida caberia o não? Quanto se perde quando a medida não te cabe? Por qual razão há tantas portas? E o que fazer quando nada disso importa? Se há no mundo algo de poder capaz De despertar em ti  o avesso do espelho São os versos duros de um poema Que nas entrelinhas, sempre esconde um conselho! Elzinha Coelho

Na Contramão

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O banal institucionalizado, e na contramão, a escolha de quem não quer ser escolhida, de quem não segue os seguidos nem os seguintes. Levar a vida e não me deixar levar por ela; o lema de quem não dança como toca a banda.  Nas paredes as aquarelas mostram os conceitos estúpidos, mas aceitos como normais pelos gerais e a anormal geme conceitos inaudíveis, intraduzíveis, ininteligíveis, não se fala a minha língua. Sou estrangeira no meu próprio mundo, sou o absurdo. Sou a fé no que não há? E se há, aonde está? Aonde foi parar aquela gente "fina, elegante e sincera", que sente e de repente não tem medo de arriscar? Em que paragens foi morar a crença de criança que já as habitou? Sonhadora eis o que és, dizem-me alguns, afinal, escreves poemas, suas lentes vêem diferente? Sou a exceção, o indefinível e inexplicável modo de ver a vida e toda a sua complexidade; sina de poeta? Trago na minha bagagem apenas um Eu liberto. Livre do que é imposto e aposto ser mais leve o meu com

Apelo

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Nada está perdido Nada foi em vão Não se perca na história A ilusão é efemera Deixe-me não ir ainda O propósito que não se finda ainda perdura Mesmo que não mais creia Mesmo que não mais queira Ainda há chance para acreditar Ainda é tempo de agregar os sentidos todos que se espalharam Por tanta demanda à espreitar Basta um gesto doce O de lembrar o gosto que trouxe A minha boca na tua pele A tua pele no meu peito Deixe-me não ir ainda A porta está aberta na sala Teus olhos me imploram Mas tua boca se cala Perder-te de mim não é o que quer Ainda sente o ardente toque no rosto Que com gosto toquei sem hesitar Deixe-me não ir ainda Feche a porta Deixe-me ficar! Elzinha Coelho

AMOR

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O amor nasce nos corações dispostos, nas almas elevadas, despojadas e disponíveis. Cada um a seu tempo, cada qual no seu próprio passo, chegará como esta planta chegou, à luz. Descobrirá que amor não machuca, não desfaz, não esquece. Amor é grato, é por si só o todo, o tudo, o início e o fim.  Amor é calmaria, aconchego, segurança, sintonia. Amor é certeza inviolável. Mansos os que amam.  Mas em nome do amor já vieram guerras santas; há guerras santas cotidianas por todo canto, a todo tempo. Codimistas insanos, profanos. Insensatez e ilusão que ainda confunde a humanidade. Amor passa longe disso tudo.  Amor é um profundo, intenso e belo estado de ser. O que foge disso é simples ilusão, é martírio, confusão. Amor  não pede, doa! Não busca, é! Nunca vai embora, está! Elzinha Coelho

Criolo - Não existe amor em SP

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